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Programa de Remuneração Variável: ferramenta estratégica, desde que seja exequível. Saiba como implementá-la com eficiência.

Diante de um momento de escassez de profissionais qualificados e aquecido mercado comprador de mão-de-obra, é estratégico que gestores, lideranças e diretoria ressignifiquem o peso da remuneração variável como ferramenta de atração, produtividade e retenção. Quem faz esse alerta é a consultora da Wiabiliza, Angela Oliveira. Segundo ela, é preciso olhar além do padrão de composição salarial “benefícios + PLR”.

Há programas, por exemplo, com premissas de pagamento de valores fixos e uniformes a todos os colaboradores, independente da situação em que a empresa se encontre. Esses modelos, além de deixarem prevalecer a “igualdade” sobre a “equidade”, também ofuscam os colaboradores com entregas além do esperado, acarretando num processo de desmotivação coletiva. “Esse formato não atrai mais, pois os profissionais querem algo além do Programa de Participação nos Lucros”, explica Angela.

Remuneração Variável: dilemas

Angela Oliveira: “Há colaboradores que já entregam 100% do esperado para o cargo. E os que vão além, não merecem mais?”

Esse dilema é resolvido quando líderes e gestores atentam para o diferencial da Remuneração Variável (RV). Segundo Angela, RV é diferente, pois encontra-se vinculada diretamente às metas e objetivos estipulados individual ou coletivamente e que precisam estar acima das entregas para as quais o colaborador foi contratado.

“Há colaboradores que já entregam 100% do esperado para o cargo; mas, e os que vão além? Estes não merecem mais?”, questiona a consultora da Wiabiliza.

Angela explica que, para implementar um programa de Remuneração Variável, a empresa precisa se basear em entregas e resultados extras. E o mais importante: a remuneração do profissional não sairá do caixa da empresa, mas do resultado extra. “A empresa terá um “X a mais” de resultado; portanto, o valor a ser pago sairá desse montante. Quando as entregas superam as metas acordadas, a empresa ganha mais, e é justo que o colaborador tenha direito a uma fatia desses ganhos”, ilustra a consultora da Wiabiliza.

Metas exequíveis

É muito importante que as organizações estipulem indicadores bem alinhados aos negócios e atrelados às metas claras, fáceis de medir, atingíveis, relevantes para o departamento ou negócio e com tempo definido para cumprimento, ressalta Angela. “A empresa só distribuirá mais aos colaboradores se os resultados forem excedentes”, e para isso, continua a consultora, “é imperioso que os indicadores e metas estejam aderentes à realidade da organização de forma a garantir a um programa pautado sobre regras consistentes”.

As vantagens de um programa de Remuneração Variável transitam nos níveis de engajamento dos colaboradores na participação efetiva e coletiva do negócio, no aperfeiçoamento das relações de trabalho através da livre negociação e na redução de rotatividade, já que visualizam sua parcela de contribuição no sucesso organizacional.

Remuneração Variável e suas vantagens

“A Remuneração Variável exige mais de todos, mas por outro lado é uma ferramenta para que as organizações “subam a régua” em seus patamares de produtividade, processos, qualidade e principalmente comunicação assertiva; como também estimulante para os que serão recompensados individualmente pelas entregas extras realizadas”, explica Angela.

E, para mensurar adequadamente essas entregas é que mecanismos de aferição são necessários, como programas de avaliação por competências ou desempenho. O ideal é que sejam conduzidos por empresas de consultoria, pois poderão avaliar com isenção e visão de mercado o alinhamento de todas as variáveis envolvidas.

Conclusão

O programa de Remuneração Variável pode ser aplicado a todos os colaboradores, em níveis escalonados, inclusive. Para os cargos com grande volume de ocupantes, a meta pode ser direcionada para o gestor, que responderá pelo coletivo funcional. “Essa cultura de “produtividade coletiva” incentiva a uma colaboração mútua, pois o setor inteiro precisa alcançar a meta”. Ainda segundo Angela, “um programa desenhado com todas essas características aperfeiçoa as relações de trabalho e aproxima as lideranças de seus subordinados, já que cada colaborador ou departamento terá de alinhar e ser responsável por suas entregas, que se somarão ao resultado geral da organização”, conclui.