Usinas pagaram menos a gerentes em 2016

 29 de dezembro de 2016
Postado por Wiabiliza

29/12/2016 às 05h00

Por Camila Souza Ramos | De São Paulo

A pesquisa salarial do setor sucroenergético da Wiabiliza é mais uma vez destaque no jornal Valor Econômico.
Porém, pedimos atenção para um erro cometido pela reportagem:

Nota da Wiabiliza: Nas edições impressa e online do jornal Valor Econômico esta reportagem traz um erro em seu gráfico e em seu texto: onde se lê “superintendente” considerar “supervisor/coordenador”. Na reprodução desta mesma reportagem aqui em nosso site corrigimos o erro, o que não foi possível no jornal e site do jornal Valor Econômico, apesar de termos comunicado o ocorrido à repórter.

 
As usinas podem até ter saído do atoleiro em 2016, mas isso não foi o suficiente para garantir remunerações melhores para seus funcionários em cargos mais altos, como de gerência, já que houve frustração no alcance das metas.

Conforme levantamento da Wiabiliza Consultoria Empresarial, houve redução tanto da remuneração variável dos gerentes de empresas do segmento como no próprio salário nominal desses funcionários em relação a 2015.

grafico_pesquisaO estudo foi realizado em novembro com 139 empresas em dez Estados. Na
média, a remuneração mensal dos gerentes (inclui bônus e participação em
resultados) caiu 8,6%, para R$ 23.801. Mesmo os salários nominais
recuaram 0,5%, ficando em média em R$ 20.948.

“As empresas saíram do sufoco, mas não foram para uma zona de conforto, e
sim para uma zona de respiro. Alcançar um número um pouco maior ante o
prejuízo que se tinha não significa atingir o resultado esperado”, explica Jorge
Ruivo, presidente da consultoria.

Embora os preços do açúcar tenham engordado o caixa das usinas neste ano, a quebra da safra de cana no fim da temporada gerou uma produção um pouco menor do que o esperado, reduzindo os pagamentos de bônus e participação nos resultados.

Também atuou como freio para o alcance das metas o baixo investimento em renovação de canaviais, o que tem limitado a produtividade agrícola.

Já a diminuição do salário nominal dos gerentes esteve mais relacionada ao aumento da quantidade de pessoas à procura de vagas no segmento. A crise pela qual as usinas passaram nos cinco anos anteriores motivou um enxugamento dos
quadros das empresas.

Agora, com o início da retomada da situação financeira do setor, a contratação por novos gerentes ocorre de forma menos atropelada.

Para cargos abaixo na hierarquia, como “supervisor / coordenador”, encarregados e líderes, os salários chegaram a subir em termos
nominais, mas abaixo da inflação. Os encarregados foram os que tiveram maior aumento nominal, de 7,7%, segundo a consultoria.

Mesmo os ganhos variáveis cresceram para essas camadas. O destaque foi o aumento do salário total dos líderes, que tiveram um ganho médio 11% superior neste ano, atingindo R$ 4.286.

Esse descompasso entre os ganhos entre quem tem cargos mais altos e quem ocupa cargos mais baixos se explica pelas convenções coletivas e por alguns reforços em operações chave nas usinas, conforme a consultoria.

Para 2017, a perspectiva de que as usinas vão continuar a apresentar bons resultados financeiros diante dos preços elevados tanto do açúcar como do etanol também deve se refletir na remuneração dos trabalhadores do setor, mas ainda devem ser ganhos modestos, na avaliação de Ruivo.

“Dá pra ver ganho real em 2017 se continuar neste ritmo, porque as empresas estão saindo de uma situação ruim. Mas tudo depende do governo”, acrescentou.

http://www.valor.com.br/agro/4820558/usinas-pagaram-menos-gerentes-em-2016