Planejamento, processos e lideranças: fatores de sobrevivência ou sucesso?

 24 de julho de 2015
Postado por Wiabiliza

Reter talentos, ajustar os processos produtivos até alcançarem seu ponto de eficiência e racionalização, obter êxito no planejamento delineado, além de otimizar a mão de obra são alguns dos pilares deste momento para sustentação de uma organização competitiva. Porém, manter estes e outros pilares, sempre é um desafio imposto às lideranças. Segundo o diretor presidente da Wiabiliza Consultoria Empresarial, Jorge Ruivo, quando os processos e o planejamento não são bem executados, a organização perde dinheiro, terá um produto mais caro em relação ao concorrente, muito provavelmente com retrabalhos e perda de competitividade. Ruivo estima que as perdas e os prejuízos às empresas que não dispõem de processos e planejamentos eficientes girem em torno de 20% a 30% dos custos de produção, corroendo os resultados e margens das empresas em torno de 8% a 12%. “Quanto maior o valor agregado do produto, maior a perda”.

Processos mal conduzidos é a tradução de perda de produtividade. Segundo Ruivo, “Perder produtividade significa que a empresa está produzindo menos com mais recursos, portanto, gerando perda de competividade. Quem não cuida da produtividade não cuida da sustentabilidade do negócio”. E qual o envolvimento dos colaboradores neste contexto? Para Ruivo, deve ser total, produtividade também é resultado de um comportamento mais adequado ou relapso dos trabalhadores. Quando influenciados pela falta de controle, adotam padrões semelhantes, por isso a velha máxima de que “o exemplo vem de cima” ainda vigorará por muitos anos.

Segundo o presidente da PRM Gestão e Desenvolvimento Organizacional, Marcos Ramos, planejamento sem processo, e processo sem planejamento “não estabelecem uma relação de causalidade, ou seja, não há estratégia presente e qualquer resultado é possível”. Ramos explica que a estratégia faz a diferença, independentemente do modelo utilizado, pois é a coerência entre planejamento e processo, e o alinhamento destes com o negócio da empresa e suas convicções empreendedoras: visão, missão e valores. “Podemos ainda entender, guardadas as devidas proporções, que estes pressupostos estabelecem o que denominamos política de uma organização, na medida em que constituem a forma de trabalho e como as pessoas devem atuar para garantir o funcionamento do sistema, buscando, cada um em sua esperança, do verbo esperançar, satisfazer seus objetivos pessoais e profissionais”.

 

Processos e gestão de pessoas

Para que uma organização potencialize resultados por meio de processos, toda empresa, da alta cúpula aos colaboradores, deve sentir-se envolvida e responsabilizada pelo cumprimento do planejamento e metas. É atribuição das lideranças, explica Ruivo, alertar para a ineficiência de processos, retrabalhos e capacitação técnica da equipe. Porém, “isso acontece com baixíssima frequência porque as lideranças não estão preparadas para atuarem com esta visão, muitos em vários níveis hierárquicos se sentem somente tocadores de tarefas, reproduzindo sem questionar”. Ainda segundo o diretor presidente da Wiabiliza, a maioria dos líderes não encontra espaço para contribuírem e quando isso acontece a empresa seguramente perde posições em relação à concorrência. Ruivo diz reforçar essa afirmação em razão da grande demanda das empresas em buscarem treinamento e desenvolvimento para capacitar seus líderes. “Vale diferenciar treinamento, que busca ensinamentos rápidos para determinada operação e desenvolvimento, cujo foco é criar condições para que o líder entenda as questões, reflita e trace seus caminhos na liderança de equipes de trabalho. Cursos rápidos com poucos dias de duração só estimulam o aprendizado, mas não transformam, por isso muito provavelmente não haverá qualquer resultado aplicado pelos líderes que só foram estimulados”.

Capacitar-se para executar adequadamente processos produtivos significa ter conhecimento teórico e desenvolvimento de habilidades. Trata-se de duas dimensões introduzidas nas empresas em maior ou menor grau, dependendo da política de recrutamento e seleção adotada, explica Ramos. Segundo o presidente da PRM, estar capacitado remete-nos, então, ao conceito de aprendizado, no qual o indivíduo pratica seu conhecimento, vivencia suas experiências, elabora a autocrítica e constrói  desenvoltura profissional. A empresa, por sua vez, estabelece seu diferencial competitivo quando, também por meio da aprendizagem, define processos de trabalho diferenciados. “Somemos a este contexto as convicções empreendedoras, normas e procedimentos adotados no cotidiano da empresa, formando o que é denominado cultura organizacional, o jeito de ser da empresa. Isto posto, a questão é: a empresa tem uma cultura facilitadora do aprendizado, que  permite seu desenvolvimento e o alcance de seus objetivos?”.

Fonte: Revista Mercado Comum
http://www.mercadocomum.com/site/revista