A média salarial dos principais cargos nas usinas Sucroenergéticas
novaCana.com – 04 Fev 2016 – 09:02h
A busca das usinas para reter profissionais-chave ficou mais evidente com o resultado de uma pesquisa salarial que verificou as taxas de aumento de salários de CEOs, diretores e cargos especializados.
Realizada desde 2006, a pesquisa levanta a evolução dos salários de cerca de 300 cargos do setor sucroenergético, de todas as áreas e níveis hierárquicos – do auxiliar à presidência.
A pesquisa envolveu 130 usinas de nove estados brasileiros, correspondendo à 60% do PIB do setor e incluiu o salário de mais de 300 mil funcionários do mercado sucroenergético.
Com adesão voluntária das unidades participantes, as informações são fornecidas por representantes dos Recursos Humanos de cada empresa. Os modelos de estruturas hierárquicas e responsabilidades exercidas de cada cargo são interpretados para assegurar a qualidade e equilíbrio dos dados.
Além disso, segundo o presidente da consultoria de gestão corporativa Wiabiliza, Jorge Ruivo, é uma pesquisa em processo de melhoria contínua, devido ao constante feedback das companhias para tornar o levantamento abrangente.
O resultado desse trabalho é um panorama das médias salariais e a evolução da remuneração nominal e total (que inclui participação de lucros e bônus), além de outros benefícios, que podem ser utilizados como parâmetro de mercado pelas empresas.
“O ‘fazer mais com menos’ [dos momentos de crise] obriga as empresas a redobrarem os esforços no que se refere à informação para tomada de decisão”, argumenta Jorge Ruivo.
Para ele, o momento torna o acompanhamento do custo de folha essencial para gestão financeira das empresas. “É quando há um contraponto na visão de RH de que folha de pagamento é investimento. Folha de pagamento é custo e é necessário saber se não está se gastando além do necessário”, pontua.
Valorização de cargos de liderança
Os números do último levantamento mostraram que as companhias, durante o período pesquisado, de 2011 a 2015, aumentaram a remuneração variável, aquela em que a empresa paga mais se o profissional trouxer resultados.
No acumulado dos anos, em média, a maioria dos salários totais, que considera os valores de bônus e participação de lucros, apresentaram taxas de crescimento maiores do que os salários nominais.
O comportamento fica claro especialmente em cargos de liderança das companhias. “As empresas precisaram valorizar estes profissionais que são os principais responsáveis pelos resultados financeiros, operacionais e comerciais”, pontua Ruivo.
Um exemplo é no nível de supervisores e coordenadores. Enquanto o crescimento dos salários nominais foi de 41% em média e o aumento real (descontada a inflação) foi de 9,4%, quando se transfere esses números para o crescimento real do salário total, o crescimento foi 19,3%.
Nos cargos de gerência, a remuneração total real foi de 23,6%. Já o salário nominal acumulado registrou média de 49,2% de crescimento nos últimos cinco anos. Descontada a inflação, o crescimento real do salário nominal foi de 15,8%. Apesar de não terem sido divulgados os salários de altos cargos executivos, os dados fornecidos pela Wiabiliza, empresa responsável pela pesquisa, revelam que os salários nominais dos CEOs cresceram 47,9% no período acumulado de 2011 a 2015 e real (descontada a inflação) cresceram 14,8%. Já os salários nominais do nível de diretoria cresceram 44,2% acumulado e 11,9% real.
Perspectivas
Para Ruivo, todo esse movimento indica uma profissionalização das empresas. E esse crescimento aparece mesmo no período de crise, em que muitas unidades foram fechadas. Ele aponta que ao longo desses cinco anos as empresas melhoraram seus
programas de remuneração por resultados e reforçaram planos de benefícios, como assistência médica e previdência privada, além de fortaleceram suas práticas de gestão de pessoas.
A previsão do consultor é que o ano de 2016 seja marcado pela continuação do processo de profissionalização, como estratégia para reduzir custos e otimizar processos.
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A média salarial dos principais cargos nas usinas sucroenergéticas