Negócios e Pandemia – Fintechs em plena expansão
Saiba mais sobre as fintechs, segmento que, na contramão de setores que sofreram impactos devastadores durante a pandemia, registrou expansão recorde.
Já não é mais novidade que diversos setores da economia tiveram suas operações comprometidas, em muitos casos de maneira irreversível, por conta da pandemia do COVID-19.
Para exemplificar, atividades artísticas, bares e restaurantes, setores turísticos e hoteleiros sofreram e ainda sofrem nesse cenário. Segundo o Fohb (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), somente no Rio de Janeiro em 2020 o prejuízo superou a marca dos R$720 milhões.
Em contrapartida, alguns setores não só passaram e passam ilesos por esse período, como registraram crescimento em lucratividade e até mesmo expansão de suas estruturas.
Fintechs e isolamento social
Segundo dados do Banco Central, em 2020 pelo menos 40 novas fintechs iniciaram suas atividades no período. Muito da expansão desse cenário deve-se à necessidade do distanciamento social, ambiente propício para o crescimento do e-commerce e dos serviços de delivery. Não por acaso, também segmentos que registraram expansão nesses últimos meses.
Aliado a esse cenário, podemos associar também o crescimento a fatores como a regulação pelo BACEN e a própria mudança do paradigma das agências físicas dos bancos tradicionais. Outrora resistentes, muitos usuários passaram a usar a praticidade do home banking para realizar grande parte de suas transações financeiras.
De acordo com a pesquisa Radar Fintechlab, somente até agosto de 2020, o número de empresas desse segmento cresceu 28%. Entre 2013 e 2018, em comparação, houve redução de 10%.
Fintech – O que é e como funciona?
Uma fintech é, em sua essência, uma instituição financeira que baseia seus princípios justamente na contração das palavras que deram origem ao nome: Financial Technology.
Ou seja, essas empresas desenvolvem produtos financeiros onde o uso da tecnologia é o principal diferencial entre os outros players do setor.
Justamente por promoverem a simplificação das operações, oferecendo em muitos casos todo o portifólio de seus serviços através de um smartphone, que esse segmento encontrou o ambiente ideal de expansão durante o contexto de pandemia e distanciamento social.
Dentro do segmento das fintechs, a maioria está dentro do setor de pagamentos, como empresas adquirientes (intermediadoras de pagamento por cartões de crédito e débito), empresas de cartão e carteiras eletrônicas (ou e-wallets).
Pay4Fun: e-wallet 100% brasileira
Para entender melhor esse cenário, a Wiabiliza teve a oportunidade de conversar com Leonardo Baptista, CEO e co-founder da Pay4Fun, uma e-wallet 100% brasileira, sediada no Brasil e com foco principal em intermediar pagamentos de jogadores brasileiros em sites de jogos online.
Antes de abrir a própria empresa, Baptista havia trabalhado como diretor operacional de um importante player do setor de jogos online, que saiu de seis colaboradores para 160. “Aprendi muito sobre recursos humanos com esse crescimento de pessoal”.
Já no início da Pay4Fun, a responsabilidade pela contratação de funcionários ficou a cargo da Wiabiliza, que posteriormente também implementou na fintech o Programa de Cargos e Salários.
Como empresário do segmento de e-wallets, o CEO avalia que a pandemia impulsionou seu negócio. Com as pessoas em casa, a busca por jogos virtuais aumentou e a Pay4Fun precisou duplicar o quadro de funcionários, além de ter de criar novos departamentos.
Hoje, Baptista contabiliza crescimento de 300%, comparando os anos de 2020 para 2021, que ainda está apenas no início.
É claro que não é somente a pandemia que assegura o crescimento sólido de uma fintech. Segundo Baptista, o que explica o crescimento da Pay4Fun é o atendimento. “Nossos clientes são usuários de plataformas de entretenimento online, que necessitam de um ambiente seguro para realizarem seus pagamentos e saques. Nós oferecemos essa segurança desde o início das operações”.
Agora, Pay4Fun está em busca de novos mercados e a previsão é partir no segundo semestre para o México, Peru e Argentina.