Capacitação vira opção contra crise

Líderes empresariais bem preparados são necessários em períodos de
recessão econômica. Para especialistas, isso pode diminuir até as despesas

SÃO PAULO – Em período de recessão econômica, as empresas tendem a cortar o orçamento. Aumenta assim o temor entre os funcionários, com medo de desligamentos ou da falta de aumento salarial. A melhor saída seria o contrário: fomentar a capacitação de líderes.

Contudo, na realidade o cenário é outro. A ação mais utilizada pelas empresas brasileiras é reduzir o quadro de funcionários durante a contenção de gastos. No Brasil, mais de 75% das empresas estão despreparadas para este tipo de situação com crise econômica, mostra uma pesquisa da consultoria empresarial Wiabiliza.

Segundo o diretor presidente da consultoria, Jorge Ruivo, “a estratégia de redução do quadro só aumenta as despesas. A companhia costuma desembolsar mais do triplo do salário de cada funcionário por demissão”.

Mariella Gallo, alerta, porém, que optar por isso é um erro. Para ela, com uma gestão correta, mesmo com a diminuição de recursos, é possível ter aumento da produtividade. “O processo motivacional é o principal fator de interferência nesses casos”, ressalta. Ou seja, ter um líder envolvido pode fazer a diferença para manter a equipe motivada em tempos de até mesmo baixo orçamento.

Despesas jurídicas

Além dos gastos gerados pelos desligamentos, o índice de ações trabalhistas em tempos de crise são superiores – entre 15% e 20%. Para Ruivo, com uma boa gestão o percentual diminui, já que em 70% dos casos, as ações são realizadas pela insatisfação com os líderes diretos.

Mais de 50% dos desligamentos são realizados de forma inadequada por dois motivos: a escolha errada do profissional a ser demitido e a falta de precisão no número de funcionários necessários. “É necessário que os líderes pensem como empreendedores. Para isso eles devem receber capacitação”, afirma.

Recursos Humanos

“Na maioria dos casos, as ações são por motivos pessoais e não apenas monetários”, explica a superintendente de recursos humanos da Mataboi Alimentos S.A. Ela aponta que os principais cargos são dados a especialistas de processos técnicos, que muitas vezes não têm liderança social. E isso tem sido uma das principais causas de processos trabalhistas e de assédio moral. “A melhor estratégia é o diálogo”.

Segundo os especialistas consultados, mais de 50% dos casos de funcionários insatisfeitos ocorrem por falta de informação durante a demissão.

Matéria publicada no Jornal DCI em 29/09/2014
http://www.dci.com.br/servicos/capacitacao-vira-opcao-contra-crise-id417699.html

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